Como ajudar um jovem antes de uma competição?

 

É muito bom quando um jovem artista consegue ir para uma competição com a perspetiva de dar o seu melhor, de acordo com a sua história pessoal e as aprendizagens que já fez até ao momento, sem grandes pressões, comparações, receios ou preocupações... e sem apego aos resultados. Oferecendo – genuinamente – ao público e aos jurados a sua arte, a sua paixão.

Claro que nem sempre irá conseguir fazê-lo na perfeição, pois há muitos fatores – internos e externos – que o poderão abalar. Mas é mesmo assim… E é aí que reside a importância do nosso papel enquanto adultos.

Mais do que entrar num registo de comparações, tantas vezes nefastas, dizendo que os outros são melhores ou piores do que o nosso filho, ou que este nunca irá conseguir “chegar lá”, ou que foi ou tem sido injustiçado, ou que falhou nisto ou naquilo… é importante que os jovens acreditem que são únicos e que cada um tem o seu próprio caminho, que é diferente do de todos os outros.

Há quem tenha mais anos de aprendizagens no currículo, ou mais técnica, mais versatilidade ou mais expressividade, mais à-vontade em palco, segurança ou mais resultados... mas cada um deve olhar para as suas conquistas com orgulho.

Dependendo da fase em que cada jovem se encontra em termos de maturidade e de trabalho, as conquistas irão variar e poderão ser tão diferentes quanto: ter conseguido ir para o palco apesar do medo e da vergonha, ter conseguido atuar sem se enganar, ter conseguido uma grande ovação do público ou mesmo ganhar um excelente prémio!…

Eu penso que é isto que devemos transmitir aos nossos filhos, de modo a que eles compreendam que não há dois percursos iguais, assim como não há dois jovens iguais. E que, em vez de se projetarem nos outros e de passarem a vida a compararem-se e a realçar os seus supostos defeitos (tão comum nestas idades), devem olhar em primeira mão para as suas qualidades e potencialidades, sentindo-se gratos pelas conquistas já alcançadas.

Tudo isto é fácil de dizer, mas muito difícil de aplicar à prática... Daí que, além do trabalho físico, o trabalho mental e o trabalho emocional também sejam fundamentais. E é aqui que nós, pais, podemos ajudar (ou, eventualmente, complicar!...).

Antes das competições, pode ser necessário relembrar afetuosamente aos nossos filhos as suas conquistas e transmitir-lhes que acreditamos neles. E que tudo o que acontecer de bom e de menos bom fará parte do seu percurso e do seu processo de amadurecimento. Porque só tem sucesso quem acredita e quem aceita que “as falhas” também fazem parte do caminho!

Abraço amigo,

Manuela Mota Ribeiro

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